Eu sempre quis entender: porque não entendo, escrevo. Como jamais entenderei, até o fim da vida tentarei expressar em palavras e entrelinhas esse desejo inalcançável.

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31 de outubro de 2012

Borrão Vermelho

Borrão...
 
Quero escrever o borrão vermelho de sangue
com as gotas e coágulos pingando de dentro para dentro.
Quero escrever amarelo-ouro com raios de translucidez.
 Que não me entendam pouco-se-me-dá.
Nada tenho a perder. Jogo tudo na violência que sempre me povoou, o grito áspero e agudo e prolongado, o grito que eu, por falso respeito humano, não dei.
Mas aqui vai o meu berro me rasgando as profundas entranhas de onde brota o estertor ambicionado. Quero abarcar o mundo com o terremoto causado pelo grito.
 O clímax de minha vida será a morte.
Quero escrever noções sem o uso abusivo da palavra.
Só me resta ficar nua: nada tenho mais a perder

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